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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Iracema

Há mais de dez anos minha família não se reunia. E dessa vez foi por motivo de morte. Os olhos de Iracema nunca mais se abrirão. E toda a rotina da casa mudará. E os gemidos não serão mais escutados, e Antônio vai entrar correndo pela casa e quando for querer ajudar a Dora a dar banho na sua bisavó não entendera porque ela não se encontra mais ali. E a minha mãe continuará fazendo perguntas, se questionado se fez o possível pra mãe dela viver. A tia Vanda desligará sua televisão, procurando algo para fazer, conversando sozinha irá compreender que aquele era o destino da vó.
E eu vou me lembrar das rosquinhas de pinga que ela fazia, da minha infância em Bernardes, dos olhos mais coloridos que já vi, da força dela de querer continuar a viver, enfrentando sua doença e morrendo serenamente como tinha que ser.