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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Outra vez me vejo procurando um destino entrelaçado em algum esconderijo,
pois meus anseios me paralisam.
E não é que novamente estou terminando 05 anos dedicados a minha imensidão?
E vou fazer 30 anos
e ainda não sei quem sou.
O que será que será?
Sei que vou sentir falta
das aulas, da biblioteca, dos cigarros pós-provas.
Amanhã brindarei meu novo ano,
com os amigos que fiz, vou brindar a minha luta,
por uma sociedade igualitária
porque agora sou ferramenta humana,
que se dedicará a trazer justiça a quem não acredita nela.
Continuo sendo eu mesma, porém, com a benção de desvendar os problemas
e transformá-los em solução,
Eu sei que muita gente do meu passado não consegue me ver,
eu também demorei, transcorreu muito tempo pra entender
que apesar de ser assim, como diriam os conservadores "porra louca",
posso não somente acreditar no estado democrático de direito
como posso alcançá-lo
como a minha mente e meu coração.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Flutuam meus sentimentos
a fim de me libertar
10 anos
fico quieta
e rezo

mando pra ti
flores cheias de amor
passáros brancos
não existirá mais dor

não preciso saber de nada
agora só de mim
é a sensação de estar bem

desamarrei-me
sonho ainda
sempre
não, é?

Amigos?
Espero, incessantemente
que sim

sábado, 7 de agosto de 2010

Éramos como gatos pingados marchando pela noite.
Tinha passado o passado.
E era Raul que ainda ouviámos.
A vida era outra.
Embora o bar fosse o mesmo.
Euchéria e sua gargalhada, inesquecível.
Foi-se uma noite.
E tocaram até Villa Lobos em formato de Hendrix.
O passado, sempre.
O futuro....

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Estou triste, por saber que a imagem do meu passado ainda me retrata, que por mais que eu tente me desvincular da "porra louca" que fui, é sempre esse reflexo que irá me perseguir. Uns dizem que não sei educar o meu filho, que ele é um interesseiro, outros que eu sou libertária demais, ainda não sei o que realmente quero.
E eu penso o quê de tudo isso? Não penso, sinto. Sinto-me machucada, esgotada, minhas forças cessam. Quero pertencer a este mundo, não sendo radical em excesso, ou amando meu filho ao ponto de estragá-lo. Quero sim casar de véu e grinalda, fazer bolo de banana aos domingos, mimar os meus filhos, ter uma vidinha tranquila....a fase da contracultura se foi, faz parte de mim, mas não é o que realmente quero. Porque ninguém entende isso? VOU SER SEMPRE CONTESTADORA, EMBORA A MINHA MATURIDADE ME FAÇA ENVEREDAR PELOS CAMINHOS QUE ME TRAGAM SEGURANÇA. E essa segurança é acordar sem ressaca, ir ao cinema ver Toy Story 3, me recusar a pagar o estacionamento do shopping já pagando-o, dormir de conchinha, respirando, e evitando mandar todo mundo tomar no cú!

sábado, 5 de junho de 2010

Quer sair mas já não tem amigos, tem filho e namorado.
Quer mas não pode.
Não sabe ainda porque insiste em querer.
É frio e tem um bom filme em casa.
É sábado e como mulher normal fica restrita a certas inconsequências.
Já não sabe mais o que não quer.
Toma um banho, põe o pijama, desliga o celular.
Fecha os olhos.
Lá vem o domingo....
Estudos, filho e pensamentos sobre aquilo que não foi.
Espera, ele vem, um dia.
Espera, persiste pelo impossível.

Minicontos

Chegara bêbada no bar, tinha tomado nove copos de whisky. Notou uma mulher de cabelos rebeldes, usando uma gravata vermelha, "coisa de feminista", pensou. Ela tinha a sua altura e se distorcia em frente ao palco. A banda declamava o seu repertório melancólico bluesístico, então como já estava em sintonia com aquele ambiente, resolveu dançar. Encostava suas coxas entre as coxas da sua presa. Rebolava no mesmo ritmo da música fazendo com que os homens libertassem sua imaginação viril. Convidou-a para ir ao banheiro. Fez xixi, olhando-a com desejo, não disse nada, apenas encostou seus lábios naquela boca tão delicada e ao mesmo tempo erótica, que trazia para ela o sentido de perversão. Pensou na sua libertação perante os homens, aquele tinha sido o momento de transição, finalmemente havia chegado a hora de sua emancipação.

abril/2004

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Sonhos

Os sonhos o pertubavam, o que não podia ter na vida real, era concebido nas madrugadas. Acordava com um estranho sentimento de ser mais feliz no sonho do que no seu cotidiano. Queria torná-lo realidade. Impossível. Aquela menina, linda, gentil, que o olhava intensamente e o desejava era assim só no mundo abstrato. Ela existia, mas não para ser dele. Então resolveu sair, tinha que conhecer meninas de verdade, foi ouvir um rock´n´roll. Sozinho bebeu 3 cervejas de garrafa. Fumou 8 cigarros, e na hora que a banda tocou "sunshine of your love" ele a viu. Ela estava lá, de verdade, não era sonho. Tomou coragem e foi conversar com ela, que por sua vez não deu muita bola, ela queria mesmo era aquele cara boa pinta, não ele, que era mais um ali. Entendeu então que na vida real é apenas mais um, e que nos seus sonhos, era ele o cara que ela procurava. Foi dormir. Acordou com ressaca e com muita mais saudade.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Descobri a minha lucidez na bebedeira, mojitos fazem toda diferença....tem q ir até o fim, pra depois não ficar pensando no q podia ter acontecido.....muitas saudades de vcs amigos, do cris, da diva, do thiago, do dexter, brenildo, priscilão, as julianas, do sorriso inigualável da thaís, Desi, maças...delta, kraft, eu, no passado, dançando, e feliz!
sonhar é poder reescrever a história do jeito que gostaríamos, por isso que a gente acorda tão bem com a vida, mesmo sabendo que aquilo não irá se realizar, por uma noite inteira fomos felizes!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Culpadas?

Culpadas?

Ato I

As quatro acusadas de terem auxiliado a ex-médica Neide Mota a praticar aborto em 26 mulheres foram a júri na manhã desta quinta-feira. São elas: Libertina de Jesus Centurion, Rosângela de Almeida, Maria Nelma de Souza (enfermeiras) e Simone Aparecida Cantagessi (psicóloga).
O caso foi denunciado pela TV Morena em 2007 e trouxe à tona o debate sobre a descriminalização do aborto. A clínica de Planejamento Familiar atuava há 20 anos em Campo Grande/MS, com conhecimento de todos, pois no decorrer desses anos nunca a ex-médica Neide Mota teve que mudar de local para praticar tal delito.
Foram apreendidas 10.000 fichas médicas, e em 1,2 mil fichas se constatou indícios de autoria e materialidade, e apenas 26 dessas pacientes que procuraram à clínica foram denunciadas, porém como eram primárias tiveram que prestar serviços à comunidade, devido a suspensão condicional da pena. As fichas médicas das pacientes foram a única prova material que o Ministério Público encontrou para promover a “persecutio criminis”.
Nas fichas constatava-se que realmente existiu a curetagem, todavia em momento algum se pronunciou o nome das quatro acusadas, e segundo o Exame de Corpo Delito Indireto feito nessa fichas nada se comprovou sobre a realização dos abortos.
E mais, o advogado de defesa da psicóloga Simone Aparecida Cantagessi, René Siufi, disse ainda no plenário do Tribunal do Júri que tal exame de corpo de delito não foi juntado ao processo no ano de sua conclusão, em 2007, sendo juntado apenas nesse ano, fato que será levado ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
“As fichas recolhidas na clínica não demonstram se as mulheres foram fazer um aborto ou apenas uma consulta. Onde está a prova material? Não existe prova material. Elas estão sendo acusadas por dedução. O que existe é uma confissão da doutora Neide, mas elas só recebiam as pacientes, preenchiam fichas e auxiliavam quando eram chamadas; não sabiam o que era combinado entre a médica e as pacientes”, afirma Siufi.

Ato II

O Júri esta tarde estava lotado, não como no dia do julgamento do padrasto do menino Dudu, mas por ser continuação de um fato que deu bastante ibope a TV Morena, filial da TV Globo,a emissora estava lá filmando as quatro acusadas que colocou no banco dos réus. Duas choravam, pensando com certeza por que estavam ali, as outras duas do lado esquerdo, uma senhora de idade, e outra com seus 20 e poucos anos quase 30, com cabeça baixa em alguns momentos encaravam o Conselho de Sentença.
Depois que o advogado apresentou suas alegações, o Promotor de Justiça não quis prolongar o debate, recusando a réplica. E começa as votações, segundo o Juiz Aluísio Pereira dos Santos, serão 512 quesitos que os jurados terão que responder, o Dr. René Siufi durante sua exposição relatou que um dos quesitos propostos pela defesa será que os jurados respondam se houve materialidade ou não, se a resposta for negativa o número de quesitos diminui, saindo o resultado deste julgamento ainda hoje.



Ato III

Se elas serão consideradas culpadas ou não, eis a responsabilidade dos seus julgadores, que acabam representando o que a sociedade pensa. A discussão não gira em torno da questão da descriminalização do aborto, o Júri não foi reunido para essas indagações, só que o pano de fundo é mesmo a questão do aborto. E como o Código Penal o tipifica?

“Art. 124 - Provocar Aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.”

As 26 denunciadas que procuraram à clínica, responderam por esse crime que está tipificado no art. 124, já as que estavam no Júri hoje estão respondendo pelo o que está previsto no art.126 c/c art. 288 do Código Penal:
“Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena- Reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos;
Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:
Pena - reclusão, de 1 (um )a 3 (três) anos.
Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado.”
Há uma desproporcionalidade comparando o que aconteceu com essas 26 mulheres que por consciência própria resolveram provocar o aborto, com o que está sendo enquadrado para essas 04 acusadas.

Se foram apreendidas 10.000 fichas e apenas em 1,2 mil encontrou-se indícios de que o crime foi cometido, e dessas, somente 26 foram denunciadas, e posteriormente obtiveram o privilégio da suspensão condicional da pena, porque Libertina de Jesus Centurion, Rosângela de Almeida, Maria Nelma de Souza e Simone Aparecida Cantagessi não podem ser absolvidas? E permanece a dúvida, por que das 1,2 mil fichas que foi verificado os indícios de autoria e materialidade somente 26 mulheres foram denunciadas?

Ainda durante o julgamento, o Promotor de Justiça, Dr. Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, pediu a absolvição das acusadas em 11 casos de aborto, da lista dos 26, pois entendeu que em cinco casos, houve falta de prova material da realização do crime, nos outros seis, a Promotoria não conseguiu comprovar a participação das quatro mulheres.

Resta esperar, a votação foi suspensa e deve ser retomado amanhã à partir das 08 horas, que se faça Justiça e quando há tantas dúvidas a serem sanadas, prevalece o Princípio “in dubio pro reo”, assim descrito:

“No conflito entre o jus puniendi do Estado, por um lado, e o jus libertatis do acusado, por outro lado, a balança deve inclinar-se a favor deste último se quiser assistir ao triunfo da liberdade.” (BETIOL apud TOURINHO FILHO, 2003, p. 71).

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Meio Ambiente

Fui pedir minha transferência de Promotoria, há 3 meses estava jogada pras traças, qualquer coisa que fazia, ofícios, representações, arquivamentos, não estavam bons, ouvia a voz dela:
- Seu vocabulário é pobre!
Engolia a seco e insistia, ouvindo:
- Onde é que vc está com a cabeça?
Na sexta à noite chorava. Ela me fazia mal. Questionava se era mesmo a àrea jurídica que deveria seguir, ficava arrasada por não passar no conceito dela de como escrever um ofício.
Ontem fui atrás da minha carta de alforria, sim, fui atrás dos meus sonhos, porque não é assim, por causa de uma única opinião que vou mudar os meus sentimentos, minha visão de transformar o mundo. E tive que escutar. Que eu não estava conseguindo acompanhar o ritmo dos outros funcionários porque sou uma pessoa indecisa, e por ser isso, frescurenta. Tive que ouvir tudo o que a Dnª Promotora de Justiça do Meio Ambiente pensa de mim, a tal Promotora que é contra a lei que proíbe sacos plásticos. E não pude revidar, pois sou apenas uma estagiária, que deve escutar e sair da sala com um sorriso.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

OK!

Preciso de desafios, sim, mexer o doce, me empolgar, gostar, me dedicar, pra valer, de uma vez! "É sério", minha expressão típica de reações e no fundo, indecisões! Ok, fazendo listinha:
1- Ainda essa semana conseguir minha transferência de Promotoria ( da 26ª para 35ª)
2- Escrever todo dia aqui, nem que seja pra postar versos dos outros
3- Ler a Constituição Federal todos os dias (minha Bíblia Sagrada)
4- Lavar o nariz do Antônio com Salsep pelo menos 5 vezes ao dia
5- RESERVAR PELO MENOS 2 HORAS DO MEU DIA PARA ESTUDAR!
6- ter paciência com o Toninho...conversar, respirar, não gritar
7- idem com o meu pai
8- pagar as contas em dia, e não sair comprando tudo que vê pela frente (principalmente com o cartão de crédito)
9- fumar só na companhia de cervejinhas
10- frutas, verduras, viva a natureza!
11- Separar o lixo sempre!
12- chega de sacos plásticos, usar a sacola de pano - colocá-la na bolsa!
13- sair pra jantar com o Léo pelo menos uma vez ao mês
14- piquiniques
15- comprar uma bicicleta
16- pensar na minha casinha, visualizar a minha independência
17- escutar samba enquanto dirijo ( pra relaxar)
Nossa que listona....será? Hahahaha!!! Tô parecendo a Bridget Jones!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Delta

Se fosse há uns seis anos atrás estaríamos nos arrumando para ir ao Delta, não é, Divone? Toda quinta era a única certeza que tínhamos: Oba, é hoje, Delta Blues bar!
Era um ritual, esperávamos a semana inteira pra chegar a bendita quinta-feira, estávamos predestinadas aquele lugar, era realmente a nossa segunda casa, conhecíamos todo os figuras, o barman já sabia qual era a nossa bebida predileta, e a dividia em dois copos. O blues nos incorporava, a bebida descia aprofundando nossas mágoas. Cigarros, olhares, conversas, tudo girava e mais uma vez se fazia história. Foi nesse ambiente que Divone me viu pela primeira vez, e desde essa época nos envolvemos sem perceber, eu descalça, cabeluda, e Divone linda, contagiante.
Depois não teve jeito, elegemos o Delta para nos libertar, e a cada quinta era sempre uma nova descoberta. Novas bandas, e antes a vodka, Janis na vitrola, baseadinhos, éramos os anos 60. Fecho os olhos e me vejo rebolando, sim, era o rock´n´roll em minhas veias, que na minha memória me seguirá sempre!
Se eu pudesse voltar, Di, estaria te preparando uma cuba, e te dando opiniões sobre o seu vestido. Você estaria me maquiando, e na sacada do nosso apartamento acenderíamos um cigarro para filosofar. Ah, se eu pudesse retornar aos nossos anos rebeldes....faria tudo de novo!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Cinema

Ir ao cinema para mim é se livrar dos pequenos impasses do dia-a-dia. Colocar o celular no silencioso, se fechar em uma sala escura, sem pressa para sair, é ter um prazer escondido na manga. Fui ver Jules & Julia, pra começar, foi tão diferente, que a minha mãe e minha irmã foram as minhas companhias. Isso é tão raro, geralmente vou com o meu namorado, ou com o meu filho, mas sair assim com D.Irma, e ainda mais para fazer algo tão gostoso, foi encantador. E o filme...às vezes queria que a minha vida fosse um filme. Quando era mais nova e assistia aos dramalhões isso se passava na minha cabeça, tudo era um filme. Com a rebeldia dos meus 18 anos, passei dos dramalhões para os filmes de arte: Tarantino, Bertolucci, Danny Boyle, Glauber Rocha, Scorcese, Milos Forman, Truffaut. Uma nova porta se abriu, e em Campinas existia um cineminha escondido no centro da cidade, o Cine Paradiso. Era umas dez quadras de distância do meu apartamento e toda semana fazia questão de ir sozinha, gostava de me ver nos filmes, era como se fosse uma terapia. E era. Até hoje me vejo neles. O cinema para mim é um reencontro. Toda essa fantasia me faz sentir viva. Saio daquela salinha com vontade de cozinhar, de chorar, de dar risada pro vento, de ligar para os meus amigos, de escrever cartas, de fazer carinho no meu filho, tenho vontade de dizer para o Leo que eu realmente o amo, e sei que tenho muito que escrever.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

2010

Abandone o rock´n´roll. Deixe a insegurança de lado. Abandone os amigos de copo. Não seja mais beat, esqueça Bukowiski. Tenha fome. Tome banho. Acorde de manhã. Discipline-se. Corra 12 km por dia. Não tenha saudades. Liberte-se dos amores platônicos. Seja realista nas suas escolhas. Despreenda-se do passado. Perdoe-se. Suba a Rua bahia até a 15 de novembro. Sem medo, realize-se. Respire fundo. Tudo vai passar. Faça planos. Crie expectativas. Compre presentes para quem você ama. Faça um bolo formigueiro. Vá ao teatro com o seu filho, ou leve sua mãe. Ligue para os melhores amigos. Respire fundo. Tome água. Abandone a nicotina. Vá comer num restaurante aconchegante. Observe os pássaros. Estude. Tenha planos. Vá até o fim. Tenha paciência. O seu mundo se renova a cada dia.