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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Não precisa recusar
não vou lhe fazer mais propostas
Agora é a hora
de não olhar para trás
Desestruturando-me
me sinto forte
Nem adeus vou dizer
Você é livre
assim como eu
Façamos o que bem entender
Não duvide
cada um na sua rotina
pra que se ver?
O nada aqui se fez
é melhor assim
vai embora de uma vez
patético sentimento!
Quero porque quero
porque sempre quis
você
que se acabou
com um dizer
foi-se
para nunca mais voltar.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Fica o seu cheiro
Os olhares
Álbum branco

Na minha pele
não sai mais
Conversas procuradas
passado invertido

Deságua em mim
você
mesmo longe

domingo, 23 de outubro de 2011


A roleta russa havia escolhido.
O coração saiu do desassossego.
Renascia uma nova pessoa,
Com uma nova maneira de tentar ver o mundo.
Era assim: leria tudo que não tinha lido.
Escutaria música, consumiria música.
Acordaria aos domingos de manhã.
Acenderia incensos.
Daria bom dia.
Faria bolos.
Lavaria a louça.
Compraria flores.
Porque tudo tem que durar pra sempre?
Respiraria profundamente pra não gritar.
Daria “Namastê” para as provas,
Elas seriam o seu templo, as degustaria.
Acha que assim vai funcionar,
espera, começa...
Acredita na felicidade.
E no amor.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Pega um, pega geral, também vai pegar você!

Eu fiquei tanto tempo frequentando os cursos preparatórios para concurso público, desde aqueles cursinhos pequenos até os monstros via satélite, que hoje em dia me enoja pensar no sistema de lucro onde estão inseridos.
Você que também está tentando se tornar um servidor público sabe muito bem do que estou falando. Para essas grandes corporações de ensino o estudante não passa de mera mercadoria. Vou relatar dois exemplos, fatos que aconteceram comigo recentemente para sintetizar essa idéia. Há dois meses atrás descobri que tinha passado para a segunda fase do Exame da OAB, fui apressadamente me matricular num desses grandes cursinhos preparatórios porque as aulas já haviam começado.
Os funcionários me garatiram que eu não seria lesada, poderia repor as aulas perdidas, era só levar o meu laptop e assistir na própria instituição de ensino.
Pois bem, como estava na expectativa, aquela ansiedade, resolvi ir até lá repor as aulas...começa o pesadelo, faltando 15 dias para a minha prova.
O lugar não tinha uma fiação elétrica decente, quando ligava todos os aparelhos de ar-condicionado, a luz caía, e por consequência a internet.Não tinha como assistir as aulas lá, era como se fosse no youtube, cada vez que caía a energia, tinha que carregar tudo de novo, começar do zero.
Depois de muitas reclamações, a funcionária do tal cursinho me garantiu que iria pedir para a sede principal localizada em São Paulo enviar via sedex um dvd com as minhas aulas. Assim, após 04 dias ligo pra saber se o meu DVD tinha chegado, nada, no sétimo dia resolvem me falar a verdade. Sabe o que eles estavam escondendo?
- Olha, querida muitas unidades tiveram o mesmo problema e foi requisitado muitos dvd´s, a sede de São Paulo não deu conta de tanta demanda. Mas temos uma notícia boa (isso faltando 3 dias para a prova) consertamos o problema da nossa fiação elétrica, você pode vir assistir as 04 aulas (detalhe: cada aula com duração de 3 horas e meia), só que de manhã não tem lugar, e à noite como será transmitido a sua aula ao vivo, você terá que vir à tarde.
Consegui assistir duas aulas e lógico errei a peça!
Segundo fato: Aconteceu hoje por isso resolvi desabafar...bom, estou eu mais uma vez me preparando pra essa comédia "Exame da OAB" e na minha casa à tarde é meio difícil estudar, devido as malditas televisões que o resto dos habitantes da casa assistem. Resolvi ir na biblioteca da minha ex-faculdade, aliás, se ainda não passei nessa porra de exame, a Uniderp/Anhanguera tem também sua contribuição nessa história.
Não posso deixar de comentar que há alguns meses atrás a Anhanguera comprou toda a rede de um cursinho famoso...nem preciso dizer o nome.
Tive que pegar uma autorização para passar pela catraca e ir até a biblioteca. Como estava com o Vade Mecum e um livro de Civil não me deixaram entrar, só podia usar a sala de estudo. Alguém já entrou numa sala de estudo onde todo mundo conversa? Atende celular e fala alto? Essa é a sala de estudo super civilizada da Uniderp/Anhanguera. De saco cheio daquela falta de respeito resolvi ir até a sala de estudo do cursinho famoso, que ficava no bloco ao lado. Fui surpreendida depois de meia hora, numa boa, no silêncio, onde havia no máximo 6 pessoas, quando entrou um "fiscal" , pedindo para que todos deixassem a carterinha em cima da mesa.
Conversei com o cara, argumentei que já fiz 3 cursinhos naquela instituição, que poxa, qual era o problema de estudar ali já que estava vazio? Ele me mandou para a secretária onde fui vetada de entrar na sala de estudo fru fru do cursinho que tinha um nome a zelar.
Fui tratada mais uma vez como mercadoria, e nessas minhas experiências chego a conclusão que todas as instituições privadas de ensino não passam de uma persona mascarada em prol da educação. Não são apenas os traficantes, as milícias, os políticos que ferem as normas sem medir as consequências, que conseguem tal heresia sem acontecer nada.
A máfia da educação também passa a perna em todo mundo...ou vocês acham que esse exame da OAB avalia alguma coisa? Avalia se você tem R$ 200,00 para a inscrição, mais R$ 800,00 que vai pro bolso desses cursinhos. Tem muita gente que passa sem ao menos ter feito um estágio na vida, decora os termos jurídicos, trancreve as peças que podem cair na segunda fase 4 vezes e pronto! Já está preparado para ser um puta advogado! Prontíssimo para o mercado de trabalho...sei, me engana que eu gosto!
Eu me submeto a essa hipocrisia porque o meu sonho transcende essa farsa. Um dia, vou me tornar uma defensora pública, vou levar cidadania e justiça, vou ser realmente um instrumento eficiente para o Estado de Direito.
Minhas esperanças permanecem!
Tenho 1968 no coração! As barricadas ainda estão levantadas...e como dizia uma amigo meu: foda-se o goleiro!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Português

Era assim, acho que morava em Ribas do Rio Pardo, uma cidade minúscula que marcou a minha infância. Eu tinha toda a liberdade do mundo nesse lugar, subia em àrvores, corria atrás do trem, tomava banho no rio. Essa semana resolvi voltar a estudar português, estava de saco cheio de ler doutrina jurídica.
E foi errando um exercício de gramática, que usando a borracha, aquele cheiro me remeteu ao fogão da minha professora particular de Ribas. Ela fazia pé-de-moleque e me ajudava com as tarefas.
Passava as tardes lá...ia mesmo pra comer as guloseimas, mas aprender assim era mais divertido.
Agora que mudaram as regras da ortografia, não muitas, me vejo sentindo aquele cheiro novamente. Lembro-me da primeira vez que me deparei com as novas regras, onde idéia virava ideia, me recusei, nunca iria seguir tal deformidade.
E o tal do hífen? Ficou tudo tão esquisito, olha só, não se usa mais: antirrevolucionário, extrarregulamentar, autoinstrução, autoanálise, intrassociedade, telesserviço, supersecreto...
E também descobri certas curiosidades, sempre, a minha vida inteira falei: Vou raspar minhas axilas, acreditam que está errado? O certo seria "Vou rapa minhas axilas"....e eu também sempre preguei o selo na carta, e não é pregar, na real é pegar selo em envelope. Gente, só dando risada mesmo com essa tal de língua portuguesa!
E risólis? Não, nem pensar, se escreve rissole, alguém sabia dessa?
O trem quando saí dos trilhos não se desencarrilha, ele "desencarrila".
É tanta coisa que a gente pensa que sabe. Eu, uma pseudojornalista, me gabava por saber tudo de português, ahãm, sei!
Falta-me ainda comer muito Manoel de Barros, Guimarães Rosa, João Cabral de Mello Neto!
Vou voltar pra gramática, preciso logo passar num concurso!
Depois, quando eu estiver bem velhinha me dou ao luxo de ser "apenas" escritora....

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

30

Acordei com dor de cabeça, a mesma de ontem, só que agora do lado direito.
Tive um sonho esquisito, ainda tinha 20 anos.
Penso no meu entusiasmo de completar 30 anos.
Até parece que à partir de agora tenho que mostrar pro mundo que sou alguém.
Visito o melhor presente que estão fazendo pra mim (uma casa) e tenho vontade de ganhar dinheiro, pra encher a minha morada de cores, de plantas, e ter um cachorro pro Antônio brincar. Aí reflito que na verdade me aconteceram muitas coisas boas, sim, fiz duas faculdades, alguns dizem que tenho cara de jornalista, outros que realmente escrevo bem, e eu ainda acredito que o curso de direito me trouxe outra perspectiva para mudar o mundo, posso ser útil para as questões indígenas, para alcançar a igualdade de gênero, para fazer o pai que renúncia o seu filho pagar pensão.
Só que aí vem a realidade me sacudir: VOCÊ não passou no Exame da OAB, VOCÊ não passou em nenhum concurso público, VOCÊ nem sabe onde colocar a crase....
Podia ter entrado numa depressão danada se fosse pelo rumo da minha realidade.
Mas prefiro outras veredas....vou fazer 30 anos, brindando com os meus amigos, recomeçando a estudar, ainda vou passar na OAB, e também num concurso que não precisa ganhar tão bem, que me dê possibilidades de parcelar as cores da minha casa, e quando já estiver sendo dona do meu nariz, tenho certeza que mudarei o mundo, pois "eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge".
Arranco mais uma pelinha da minha boca, gosto do sabor do sangue, eu sou assim, meio poeta, tenho que sofrer bastante pra depois aprender a ser feliz.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dia dos namorados

Era uma vez uma leonina muito brava que se olhou no espelho.
Descobriu que para o mundo ela não tinha estilo, não tinha graça.
Para os olhos dos outros era bastante apagada.
Resolveu cortar sua juba.
Não queria mais ser ela mesma.
Queria uma fada madrinha.
Queria agradar o namorado.
Mas do que adiantaria?
Se depois de alguns meses ela perderia o seu brilho?
Nunca foi a Londres mesmo...
A leonina resolveu não fazer mais nada.
Ia só esperar.
Tantas vezes tentou se embelezar...em vão!
Era bonita apenas pra sua cria,
que a olhava como a leonina mais bonita de todas
de moletom e casaco de vovó.

domingo, 8 de maio de 2011

Irma

Estranho esse domingo de dia das mães sem ela por perto.
Silêncio na casa, sem o arrastar do seu chinelinho.
Tudo calmo, sem Dnª Irma pra lá e pra cá.
Saudade até dos seus sermões matinais,
do cheiro da comida que só agora ela aprendeu a fazer,
depois de ter se tornado vovó.
É estranho ser mãe sem o ser completamente.
Ainda sou filha, e tenho às vezes a impressão
de que por não ser essa mãe clássica,
me sinto menos mãe.
Ganhei uma gravata e uma camisa,
vou me armar para enfrentar o mundo.
E quem sabe um dia,
serei uma avó que cozinha maravilhosamente,
como está sendo minha mãe.
Grandiosa essa baixinha,
que percebe o que se passa comigo,
e eu não preciso nem falar,
ela vê em meus olhos.
Me disse uma vez que eu sou ela melhorada,
por causa dos olhos verdes que herdei da Dnª Iracema.
Um dia mãe, quem sabe....

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Casa comigo?

Minha mãe tem quase 60 anos e ainda gosta de cultivar a idéia de que existe por aí um homem que se esconde através de sua insensibilidade, porém, não vê a hora de se revelar. Pelo menos ela fica acordada até às 23:00 horas (como eu) assistindo filmes românticos, é da onde tiro o meu pressentimento.
Eu, com quase 30, me identifico com as películas "água com açucar", entendo bem, porque nós, mulheres, gostamos tanto desse gênero. Ainda somos capazes de imaginar que o galã vai pular da ficção para as nossas vidas, que a tal história narrada nos filmes virá a acontecer conosco.
Lá no fundo sabemos que não...mas o que nos imepede de sonhar?
Porque o conto de fadas não pode se tornar real?
Duas correntes. A primeira se envereda pelo caminho idealizador, esse homem que você tanto deseja, e que continua te rejeitando, vai se entregar quando tiver com 40 anos, depois de olhar ao redor e se deparar com o próprio umbigo.
A segunda corrente, a chamada pessimista, dispõe que o que ocorre na ficção não se vislumbra na realidade, portanto, esse verdadeiro amor é apenas platônico, o sujeito vai continuar solteiro, pegador de lolitas, enquanto você se acaba na academia...só que ele preferirá uma ninfeta justamente porque ela o obedece.
Qual a posição marjoritária?
Defendo uma terceira, primeiro bata a cabeça mil vezes pra aprender algo de construtivo, depois tenha um filho, logo em seguida pode vir acontecer esse príncipe ou não...Você será feliz de qualquer jeito!

sábado, 12 de março de 2011

palito de picolé

Hoje tirei a sorte grande!
Fui comprar um picolé e tirei o palito premiado.
Voltei a ser criança.
Até parecia que tinha ganhado na mega sena.
Achei que era o presente ideal pro Antônio, pois em pleno sábado de manhã não podia ficar com ele.
Ele gostou mesmo, guardou o palito tão escondido que não conseguiu achar mais.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Antônio

Lembro-me como se fosse ontem...eu tomando café, a bolsa rompida, eu achando que estava fazendo xixi nas calças tranquila (pensava que era uma última fase da gravidez- fazer xixi nas calças!).
Era ele querendo conhecer o mundo há cinco anos atrás.
Me fez mudar tanto, me fez ver felicidade onde eu nem sabia que existia.
Me faz amar loucamente, me fez fazer as pequenas coisas com calmaria.
E também trouxe ansiedade, medo, vontade de chorar.
Tá grande, quase na altura dos meus peitos.
Questiona tudo, até quando foi soprar a velinha e eu disse:
-Faz um desejo que ele se realiza!
Ele:
- Quando?
Eu sem resposta...milhares de perguntas que não faço idéia do que posso falar e assim vou aprendendo que ser mãe não é pra qualquer uma não!
Orgulho meu esses olhinhos azuis!
Que diz que o meu omelete é o melhor do mundo.
Que me abraça e enxuga minhas lágrimas quando choro.
Que me ensina a brincar.
Príncipe...o que seria da minha vida sem você?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Voltou e não veio a mim.
Fiquei esperando
na minha pressa
a sua chegada.

Veio sem romance,
sem palavras.
Não era como em 2008.

Eu contava os minutos
para a solidão se apresentar,
não era mais dona de mim.

Dormiu de braços vazios.
Sem o seu cheiro, sem expectativas.
Atropelou a saudade,
e a vontade de ser o que já não era mais.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ouvindo dub teve um pressentimento.
Que o cabelo cresceria,
e aí quando estivesse madura,
viria o emprego tão sonhado.
Seria feliz,
e pensou que pra chegar até lá
teria que acordar.
Não só dessa realidade,
que a impede de se mover,
mas levantar cedo, fazer sacrifícios.
Rabiscou um cronograma,
dessa vez daria certo.
Tinha que ser racional,
o coração não estava muito bem.
Assiste novelas antigas
pra se lembrar como era.
Fantasia o seu futuro,
quer uma nova tatuagem.
Escuta David Bowie
vai tentar ler Virginia Woolf.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Campinas

Como é percorrer as ruas de Campinas depois de cinco anos sem morar aqui?
A cidade que mudou ou sou eu que envelheço?
Vou até a Igreja Nossa Senhora do Carmo e rezo.
Passeio pelas praças.
Como um pedaço de torta na confeitaria Senzala.
A Puc-Central ainda vibra ancorada no centro.
Vou até o sebo da esquina do meu ex-apartamento, compro um livro anarquista e Drummond.
Ali era minha travessia para uma jornada cultural.
Estou no City, terminando a primeira garrafa de cerveja.
Pessoas que nunca vi.
Não me sinto sozinha, sou forte, espero os meus camaradas.
Essa cidade me lembra tanto o Cris que tenho a impressão que ele chegará a qualquer momento.
Já não sou mais aquela que todos conheciam, embora o passado não passe nessa cidade.
Hoje vi a síndica do prédio que me odiava, e também, certeza, aquele cara que atravessava a rua era "O Politizador".
Me fez sentir que ainda vivo nessa cidade, que pertenço a esse lugar, que por instinto não consigo me perder.