Total de visualizações de página

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Carnaval

Doce ilusão,
o carnaval não me comove mais.
Meio embriagada, pelas ruas,
lá distante te vejo.
Sorridente, deliciosamente bem.
Eu e meus papos,
de merda!
Passa o tempo,
tento dormir,
aonde mesmo que foi que me perdi?
E o que fazer nessas horas arbitrárias?
Roda tudo,
vai te embora.
"esquece o nosso amor, vê se esquece".
Cartola,
sabia de tudo.
E é no carnaval,
que vem à tona.
Sou eu,
que estou na jogada errada.
Desapareço,
e não volto atrás.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O lobo da estepe que há em mim

Depois que li "O lobo da estepe",
pensei: realmente sou sua Hermínia,
e vc sem sombras de dúvida é o meu Harry.
Matou meu amor com a primeira punhalada,
não se ressentiu,
eu que tanto me esforcei para lhe mostrar o mundo.
Abrem-se as portas do Teatro mágico,
só para os loucos, só para os raros.
Para nós, afinal, que podemos mudar o nosso romance.
Você se apaixona novamente,
eu até acho graça.
Um dia estaremos num baile de carnaval,
eu vestida de Hermann,
sem você poder me tocar,
desse jeito irá descobrir
que no fundo gosta de mim.
És mais uma fantasia
da minha caminhada pelo teatro.
Os loucos podem sonhar...sempre!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

6 anos de Antônio

Eu me lembro muito bem de como foi quando descobri que estava grávida. Tinha 25 anos, acabado de terminar a faculdade, sem nenhum rumo, Deus me apontou lá no céu e ordenou: Mande um anjinho para aquela mocinha ali...ela tem muito ainda que aprender !
Fiquei desesperada, como toda grávida, achava que não estava preparada para aquela mudança, mas não fazia ideia de como tudo aquilo iria repercutir na minha vida.
Não sabia que além do meu corpo, que iria se expandir, e depois eu iria virar um animal, que até dava leite, as minhas noites de sono iriam desaparecer. Não sabia que bebê fazia cocô a toda hora, que tinha dor de dente, febre e todas aquelas vacinas. Não sabia ao menos como pegar o bebê no colo, nem dar banho....enfim era uma mãe de primeira viagem.
Antônio nasceu saudável, com um olhão azul que me encarava, era guloso, mamava um monte e nunca teve cólica. Dormia no meu ombro, gostava de tirar um cochilo na rede, e a primeira vez que falou me deixou morrendo de ciúmes, disse: vovô.
Ele mora na casa dos meus pais. E às vezes fico toda receosa de não ser essa “mãe tradicional”. Aliás, ele já me questionou uma vez: Porque você não é casada com o meu pai? Eu expliquei e falei a verdade. Disse que hoje em dia família não é apenas essa formação pai e mãe, homem e mulher, que existe também famílias formadas por avó, avô, mãe separada que tem namorado, pai separado que tem namorada... sempre falo a verdade, não tento estampar um mundo cor-de-rosa. Sei que ele é criança, mas quero que ele perceba que a verdade é ferramenta fundamental para a sua existência humana.
Antônio vive me surpreendendo. Com suas perguntas, vontades e demonstrações de carinho. Esses dias eu estava toda arrumada para tirar a foto 3X4 da carteirinha da OAB, de cabelo escovado, maquiagem, terninho, ele olhou e disse: Ah, mãe prefiro você com aquela sua flor na cabeça!
E ele vive me falando: mãe, você é a pessoa que mais amo no mundo! Eu fico toda boba, com vontade de beijá-lo 24 horas, eu sei que pra ele deve ser sufocante, até já me falou que tá na hora de eu arrumar um bebê porque ele não é mais bebê pra eu ficar beijando tanto ele.
Agradeço esse presente divino que Deus me deu. Sem o Antônio acho que a minha vida não teria sentido. Ele me apresentou o amor mais verdadeiro que existe nesse mundo: o amor materno. Há seis anos atrás eu era uma desmiolada. Encontrei o que me move, o que me faz feliz, o que me faz eterna.

ENDEREÇO E MAPA DA CHÁCARA:: http://maps.google.com/maps/ms?ie=UTF8&hl=pt-BR&msa=0&ll=-20.444868%2C-54.496994&spn=0.069486%2C0.153637&t=h&z=13&msid=200527151657022476489.0004a33e90dd6d9183a73