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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Comissão da Verdade ?




Eu me lembro de ter lido em algum site de notícias que o Ministério Público Federal estava oferecendo denúncia contra os militares da década de 60/70 , responsáveis pelo desaparecimento de vários militantes de esquerda, até hoje não encontrados, a tese era que se tratava de crime continuado.
Achei brilhante tal postura....pensei com os meus botões, a justiça tarda, mas não falha!
Posteriormente, fiquei sabendo da Comisssão da Verdade implantada e idealizada pela nossa Presidenta, apesar de não ir muito com a cara dela, fiquei feliz pela iniciativa, embora não entendesse muito bem pra quê investigar crimes bárbaros do passado se não vai haver punição.
E hoje e sempre essa história do regime militar sempre bate a minha porta.
Estou acompanhando os depoimentos dos milicos, que agora negam tudo, nunca ocorreu mortes, nem estupros, nem torturas....aliás o lado negro da coisa é a esquerda, TERRORISTA, comedora de criancinhas, os vermelhos impiedodos!!
Aí vem esse Ustra querendo dar uma de bom santo....e fico lendo abismada os comentários dos leitores, apoiando o regime militar, aplaudindo de pé, como se eles fossem os heróis.
Fico besta de viver num país sem memória.....e pior, de acreditar que nós, de esquerda, somos todos gatos do mesmo balaio. Por exemplo:
- Se você é de esquerda automaticamente é a favor do PT, dos mensaleiros, do Lula, da Dilma.
- Se você é des esquerda, apoia o Fidel, o Chávez...
Bicho, eu sou de esquerda, mas não faço parte dessa patota.
Ou será que pertenço a qual nomenclatura partidária?
Enfim, sou da esquerda que tem sede de justiça; não adianta vir com essa história de "Comissão da Verdade" se não há consequências, punição, cadeia, xadrez.
O 1968 cravado no meu antebraço faz sentido: os Procuradores da República conseguiram dar o pulo do gato, ó a lógica da coisa, as investigações se fixa no tipo penal de desaparecimento forçado, previsto no direito internacional como crime contra a humanidade, considerado permanente e sem prescrição (quando o acusado não pode mais ser punido). Crimes de tortura, homicídio e ocultação de cadáver tiveram, em muitos casos, origem no desaparecimento forçado. Para o MPF, esses crimes não podem ser contemplados pela Lei da Anistia, mesmo após decisão de 2010 do Supremo Tribunal Federal que confirmou a validade da lei, que prevê que tanto crimes cometidos por civis quanto por agentes do Estado durante a ditadura não podem ser punidos.
Além disso, o MPF diz que, no caso de desaparecimentos ainda não esclarecidos, o crime continua até os dias atuais, enquanto a Lei da Anistia assegurou a não punição apenas para os crimes cometidos durante o regime militar.
Sim....faço parte dessa esquerda aí. Talvez o meu futuro esteja assegurado nesse ideal, talvez os meus heróis são esses "juristas partdários do PT", como concluem os conservadores.
Finalizo com Cazuza, meu herói marginal  predileto dos últimos tempos: "Vamos pedir piedade, senhor piedade, para essa gente careta e covarde!"

quinta-feira, 2 de maio de 2013

"Mentiras sinceras me interessam"






Ontem, devido ao feriadão, estava na chácara assim "numa relax, numa tranquila, numa boa". Acordei cedinho com os gritos do Antônio do lado de fora brincando com o seu amigo Pança.
Logo após o café, fui procurar o que fazer, e como o Toninho tá numa fase super independente, eu não preciso ficar correndo atrás (bem diferente do meu irmão, que fica 24 horas na cola do Heitor), peguei um livro pra ler, queria algo light por assim dizer, aí escolhi "Só as mães são felizes", de Lucinha Araújo, a mãe do Cazuza.
Deitei na rede e simplesmente não vi as horas passarem.
O primeiro capítulo fala justamente da morte do Cazuza, de todo o sofrimento dela, da mãe tendo que cuidar do filho nas últimas, definhando, de como o Cazuza ainda tinha bom humor pra lhe dar com aquela situação, e a esperança de que ia viver muitos anos.
Foi em 1990, a AIDS era uma doença pouco estudada, não tinha os coquetéis de remédios que tem hoje, Cazuza descobriu que estava infectado em 1987, já em 85 tinha uns febrões, desconfiava que estava doente mas o primeiro exame deu negativo.
Continuou com a sua vida rebelde, Cazuza soube viver, não deixou de lutar, e assumiu publicamente que era portador da doença em pleno anos 80.
A Veja, pra variar, colocou ele na capa e fez uma reportagem super sensacionalista, sentenciou a sua morte , e disse em letras garrafais que por causa da doença sexualmente transmissível, Cazuza estava agonizando em praça pública.
As 400 páginas foram devoradas em menos de 24 horas, fiquei com vontade de conhecer Cazuza, de ser sua melhor amiga, de ter vivido no Rio nos anos 80.
Bom, não consigo parar de pensar na vida dele.
Sua mãe, Lucinha, após 3 meses da morte do filho, começou a ajudar um Hospital do Rio que tinha o maior número de pacientes portadores do HIV, e posteriormente fundou a Socidade Viva Cazuza.
 Ela que nunca mais queria tocar no assunto relacionado a doença, há mais de 20 anos administra essa casa que apoia e ajuda a tratar os soropositivos.
Acho que mais ou menos um mês atrás comprei o primeiro álbum do Barão Vermelho, escutei repetidas vezes....ficava pensando: Esse Cazuza sabia o que tava fazendo!
Ele não sabia não....demorou um pouco pra entender esse lado artista, nunca tinha cantado em banda nenhuma, ficou surpreso com o sucesso !
Morreu aos 32 anos, idade que faço em agosto.
Só agora estou começando a amadurecer e passo a entender melhor a minha vida.
"O tempo não para..."
  http://www.vivacazuza.org.br/